sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Escândalo, traição e poder feminino na Idade Média


Quem não ama uma confusão, que atire a primeira pedra!

sábado, 3 de dezembro de 2016

Como nossos pais


Fim de ano se aproxima. As luzes de natal já se espalham pela cidade, em lojas e casas, e já dá para sentir o cheirinho de panetone pelos ares da vizinhança, além de ver narizes torcidos para as passas no arroz. Mas já é hora de balanço?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Sorteio de fim de ano

Parceria só é boa quando todos saem ganhando não é mesmo? Autores, blogueiros e, claro, os leitores. 


Pensando nisso, a autora Gislaine Oliveira se uniu aos seus parceiros blogueiros e, juntos, estão promovendo esse super sorteio neste finalzinho de ano. Afinal, 2016 foi um ano tão complicado, não foi? Então por que não encerrar com coisa boa? Que para nós, leitores, significa livros, não é mesmo? 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Assédio no trabalho ou um caso de amor?'

Calma, calma, calma! Antes de me acusar de romantizar situações constrangedoras, leia o que eu tenho a dizer.


Antes de qualquer coisa, você conhece o Wattpad? É uma plataforma gratuita, na qual escritores publicam suas obras, capítulo por capítulo, sem qualquer custo e onde os leitores vão acompanhando a evolução da história, capítulo por capítulo, também sem qualquer custo - e com uma vantagem única: poder ir se comunicando com o escritor a cada trecho lido na plataforma, se indignando com os personagens (ou se apaixonando por eles).

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Sobre taças e eleições - um apólogo


Uma Taça Rasa e uma Taça Tulipa decidiram concorrer às eleições para o cargo mais alto da Cristaleira: a presidência. A coparada entrou em polvorosa! Copos de todos os tamanhos, formatos e utilidades ansiavam pelas propostas de ambas as taças.

sábado, 29 de outubro de 2016

Dia do livro


Desde que me deparei a primeira vez com a magia que podia vir das letras, fui enfeitiçada. Não podia ver qualquer conteúdo escrito: com uma fome que só meus olhos tinham, devorava cada sílaba que os sinais gráficos eram capazes de produzir. Das placas de rua, quando procurávamos uma casa em Joinville, para as revistas em quadrinhos foi um passo bem pequeno. Dos quadrinhos para os livros, menor ainda. As letras me encantavam como o canto da sereia sempre encantou marujos e marinheiros, ávidos por amor e sedentos por companhia.

Assim, em meus muitos anos de leitora, conheci pessoas incríveis, com suas histórias ricas em detalhes e cheias de sentimentos. Algumas, alegres e divertidas, daquelas que fazem rir até a mais carrancuda das pessoas. Outras, tristes como a despedida final, daquelas que arrancam lágrimas até mesmo de olhos cansados da jornada. Cada uma com sua espetacular beleza, única, especial.

sábado, 15 de outubro de 2016

Bipolaridade do tempo


Sempre que eu penso no tempo, uma ideia permeia minha mente: ele cura tudo. A ele pertence o poder de levar embora os males, de curar as feridas, de apagar os sulcos vincados na terra. É como um avô bondoso, de barbas brancas e longas, com uma bengala nas mãos a lhe auxiliar a caminhada.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Como um livro mal escrito pode se tornar best-seller

resenha o inferno de gabriel sylvain reynard

Além de formada em Letras, nos últimos tempos, tenho me dedicado com muito afinco aos estudos de teoria literária e às linhas que norteiam a escrita criativa e a arte de contarhistórias. Assim, é inevitável que, ao ler os mais variados gêneros de livros, eu me pegue analisando a forma como os escritores desenvolvem suas histórias – e no que eles acertam, e no que eles erram.

Estou terminando a leitura do livro O inferno de Gabriel, o primeiro de uma saga escrita por Sylvain Reynard. A história traz um romance entre um professor universitário, Gabriel Emerson, um bom vivant cheio de luxúria, pecador assumido, e Julianne Mitchell, uma aluna angelical, inocente e virgem, apaixonada por Gabriel desde a adolescência. O livro é um grande best-seller, mas divide opiniões entre os leitores: há aqueles que o amam, e aqueles que não conseguem sequer terminar a leitura do primeiro capítulo. Mas por que isso acontece?

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Avesso perfeito


Quando menina, sempre observei minha mãe dedicando horas e horas a fios, tecidos e tesouras. O amor em forma de artesanato sempre deixou nossa casa mais bonita, com aquele aconchego que a modernidade conseguiu enterrar quando soterrou mulheres com problemas de quem enfrenta jornadas de trabalho de quarenta horas semanais.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Vídeo: Como estruturar enredos de sucesso


O que há em comum entre Cinquenta tons de cinza, A culpa é das estrelas e O código da Vinci? Qual é a linha condutora por trás dessas histórias capaz de torná-las grandes sucessos de público, tanto nos livros quanto nos filmes?

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Amor de mãe é como chá

* Para Amanda Dognini

cronica andreia evaristo sobre cha e o amor de mae

Quando pequena, ela amava os chás que a mãe lhe oferecia, independente do sabor. Hortelã, cidreira, macela, não importava: chás aqueciam-lhe o corpo de fora para dentro, e a alma de dentro para fora.

Como amor de mãe, os chás também auxiliavam na cura dos males do corpo. O pai trazia-lhe remédios, às vezes amargos, às vezes difíceis de engolir. A mãe, não. Ela acreditava na cura pelo amor, pela força da natureza, pela água que fumaceava xícara afora. A menina recebia nas mãozinhas pequenas ambos os remédios. Quando vinham do pai, ela fechava os olhos, tentando esconder-se do desconforto que sentia. Quando vinham da mãe, ela virava a xícara com as duas mãos, encarando os olhos da mulher, numa cumplicidade que só uma mãe e uma filha são capazes de ter.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

6 razões para publicar na Amazon

(ou em qualquer outra plataforma de autopublicação online)


autopublicacao amazon saraiva perse clube de autores bookess ebook publicacao de livro

Hoje em dia, a vida é muito menos complicada para o escritor iniciante do que era quando eu era uma jovem ingressante no curso de Letras (no século passado). Minha maior chance de pulicar alguma coisa sempre passava pela fagulha de esperança que se acendia a cada envelope que eu postava nos correios, quando me inscrevia em algum concurso literário (até cheguei a ganhar alguns, mas precisava bancar uma parte do valor da publicação, eu era uma universitária falida como tantos outros e acabei não lançando nada na época). Agora, além dos concursos (que continuam a existir), o escritor iniciante pode lançar mão das plataformas de autopublicação – que são sites nos quais é possível você publicar seu livro sem gastar quase nada.

O título cita a gigante Amazon justamente porque essa é a plataforma mais conhecida e mais utilizada pelos usuários brasileiros no momento. Mas há outras: Publique-se, Clube de Autores, PerseBookess, Writing Life, E-Galáxia... Algumas dessas plataformas possuem apenas a publicação virtual – os chamados e-books – enquanto outras possuem publicações virtuais e impressas, o que pode ser a forma mais fácil de um autor realizar o sonho de ter seu livro físico, impresso, em suas mãos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Primaveras e subtons


Desde muito pequena, inspirada pela fala de minha mãe, eu repetia aos quatro ventos “O inverno é minha estação favorita.” Não é que eu não tivesse minha própria opinião, mas crianças enxergam o mundo com os olhos do exagero, com uma radicalidade própria de quem muito pouco conhece das coisas da vida. Na cabeça infantil, não há espaços para os subtons: tudo é que não é preto, é branco.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Por conta própria

Foto do facebook de Natan Pereira (edições: Qualquer Sentido)

Ninguém esperava. O dia estava lindo, com céu azul, limpinho, coisa quase rara na cidade da chuva. Um prenúncio do verão que voltaria, porque ele sempre volta. De mansinho, sem fazer alarde, a água foi subindo, subindo, subindo. Ficou na bordinha da margem do rio, encarando atenta a movimentação da cidade que fervilha em horário de trabalho. Decidiu transbordar e foi, aos poucos, bem lentamente, tomando os espaços, fluida, preenchendo tudo, como só a água é capaz de fazer.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Vídeo: como escrever um livro #4 - Jornada do herói


Já falei por aqui que um dos segredos dos roteiros de Hollywood serem um sucesso está intimamente ligado à forma como os roteiros são escritos. E uma dessas formas é a tão conhecida jornada do herói, de Joseph Campbell. Filmes que foram grandes sucessos de bilheteria e livros que se tornaram best-sellers se encaixam na narrativa da jornada - Star Wars, Harry Potter, Jogos Vorazes, Divergente, Matrix, O Senhor dos Anéis, Valente, O Bom Dinossauro, Jurassic Park... Enfim, é uma infinidade de sucessos garantidos pela estrutura descoberta por Campbell.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Exercícios de escrita - aderência com o leitor



Vamos relembrar as três dicas dadas no post Como fazer o leitor grudar na sua história:



  1. Não conte, mostre.
  2. Evite filter words (assistir, decidir, experimentar, imaginar, notar, olhar, ouvir, parecer, pensar, perceber, poder, saber, sentir, ser capaz de, ver...)
  3. Trabalhe com os sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar)


domingo, 11 de setembro de 2016

Setembro amarelo

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Não é segunda-feira, mas parece ser. Você está aí, com a alma doendo nos pulsos, ansiando ter uma moeda para entregar ao barqueiro, enquanto eu estou aqui, com tocos de unhas e a esperança estilhaçada como um espelho que se quebrou, trazendo sete anos de azar. Eu rezo para que você abra os olhos, imploro aos céus para que eu mesma possa acordar e ter certeza de que tudo não passa de um pesadelo, por mais que a dor não me deixe espaço para a dúvida: a realidade me enche hematomas dentro do peito, onde a culpa faz morada. Por quê?, perguntam-me as vozes da consciência.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Guerra civil e a representatividade

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Hoje tem um post um pouco diferente aqui no blog. Na verdade, vou começar a fazer algumas resenhas, não só aqui, mas também no meu canal no YouTube. Mas essa não é uma resenha comum, até porque não teria sentido em fazer uma resenha sobre Capitão América: Guerra Civil agora em setembro, se o filme já foi lançando em abril, certo? O que eu quero abordar hoje é apenas um dos aspectos do filme que muito me chamou a atenção: a questão da representatividade.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Sobre a escrita de diários



Escrever sempre foi um método eficaz de lidar com monstros. É por isso que a humanidade vem escrevendo diários, desde que a escrita nos permitiu deixar a pré-história para trás. Ou talvez até antes da invenção da escrita: vale lembrar a arte rupestre adornando cavernas com imagens que, justo por serem grandes medos dos nossos ancestrais, eram também grandes objetivos a serem vencidos.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ser diferente

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“Quando você decidiu que seria diferente?”

Os olhos me interrogavam, cheios de expectativa. Eu tinha acabado de passar uma hora falando sobre como a mídia planta sementes em nossas mentes, empurrando padrões de beleza que são como forminhas – e, quando as sementes germinam, crescem e frutificam, nossa autoestima mingua e passamos a acreditar que, se nosso corpo não se encaixa na forma, é porque tem algum problema conosco.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Como fazer o leitor grudar na sua história


  1. Não conte, mostre.


A regra de ouro quando vamos narrar um texto é nunca contar uma história, mas sim mostrá-la ao leitor. Quando o leitor acompanha, palavra após palavra, tudo o que acontece com o seu personagem, ele precisa passar pela experiência de vivenciar o que o personagem vivencia. Assim, você não deve contar algo ao leitor – a menos que queira apressar algum trecho. Para proporcionar tal vivência, é preciso mostrar.

Fazer isso não é tão difícil quanto parece. Imagine que sua história será retratada num filme. Quando você imagina seu personagem nervoso, à beira de ataque de nervos, que ações ele tem que podem demonstrar isso? Ele rói unhas, morde as cutículas nos cantinhos dos dedos? Ele bate a ponta do pé insistentemente no chão? Ele, de pernas cruzadas, insiste em balançar a perna que está por cima? Ele bufa, inspira fundo, engole em seco? Pense visualmente como você pode transmitir isso ao leitor.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O mistério da rosa


Estava prestes a sair para o trabalho, quase atrasada, como todas as manhãs. Ainda dentro do meu pátio, no caminho por onde o carro passa, uma mancha vermelha chamou-me a atenção.

Aproximei-me, incrédula, sem querer crer no improvável que se exibia ali, frente aos meus olhos: uma rosa vermelha, linda, novinha em folha, deitada no meio da passagem, como se tivesse sido deixada de propósito. Um presente, talvez. Mas de quem? Meu marido ainda estava dentro de casa, terminando de ajeitar a vida que leva consigo quando sai para o trabalho, dele é que não era. Olhei ao redor: portão ainda com corrente e cadeado, nenhum sinal de arrombamento, nada: um mistério lindo e rubro a me encarar de volta.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Deinhah responde #1


Vocês pediram, titia aceitou o desafio.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Leonino não nasce, estreia

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Sou leonina, não nego. Pode ficar tranquilo, que não vou falar de previsões astrológicas, nem desvendar meu mapa astral nestas poucas linhas (até porque não tenho bem certeza de acreditar nessas coisas). Mas uma coisa é certa: eu não nasci em agosto, eu adentrei no palco da vida (porque, não sei se você sabe, mas leonino não nasce, estreia). E, estando num palco, todos os holofotes do mundo estão voltados para mim, eu sinto (ou, pelo menos, minha autoestima me faz acreditar que sim).

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Tem cheirinho de chiclete no ar

"Chiclete pra Guardar pra Depois” (Editora Areia, 117 pág., 2016) reúne 37 crônicas nas quais a autora reflete sobre amadurecimento e sobre o mundo contemporâneo. Em tom quase de confissão, é como se Andreia abrisse seu diário para o leitor e dialogasse com ele sobre as agruras de crescer – principalmente para as meninas." (Jornal A Notícia, 08/08/16)


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Aniversário no dia dos pais


Era uma sexta-feira fria de sol, agosto de 79 (pelo menos, eu gosto de imaginar que era um dia perfeito). Foi quando eu nasci – e meu pai nasceu comigo. Porque um pai nasce no mesmo dia em que nasce seu primeiro filho (mãe, não – mãe já é mãe desde antes de descobrir o motivo dos enjoos: mãe sente). E essa sexta-feira antecedia o dia dos pais. Na época, deve ter parecido ótimo: dar a um pai uma filha de presente de dia dos pais. Chega a ser poético (ou piegas).

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Ciclo da moda


E a moda? Por mais que eu seja uma apaixonada por roupas e sapatos (e bolsas, e cintos, e acessórios...), não é sobre isso que eu pretendo falar. O que me pega hoje é esse sentimento coletivo e generalizado que as pessoas têm de pertencer a um grupo que faz, usa, come e pensa as mesmas coisas, e de como a moda, enquanto um sistema de usos e costumes compartilhados por pessoas do mesmo grupo, é cíclica.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Amor é fogo


O amor é uma chama. Você acende uma vez, e vê que é bom. Mas, enquanto fogo, é quente e você tem medo de se queimar. Então vai devagar: acende a vela, com cuidado, e a carrega como quem caminha numa procissão – num suporte de papelão, para que a cera não acabe queimando seus dedos ao derreter.

O fogo é fascinante. Você tenta apagá-lo durante o dia, para que possa tomar conta da vida, como fazem as pessoas normais. Mas não consegue. A chama flamulando é hipnotizante. Quanta magia cabe no fogo trazido dos céus por Prometeu? Que dádiva ou maldição dos deuses a chama do amor pode carregar entre meros mortais? Você pergunta, mas não quer resposta: se acostuma a manter uma chama, mesmo que pequenina, sempre ao seu lado, porque o amor lhe faz bem.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Eu queria escrever uma crônica


Eu queria escrever uma crônica colorida, mas hoje estou em preto e branco. Melhor, estou em escala de cinza, porque reconheço que há tantas nuances entre o preto e o branco que não caberiam na folha que me encara, vazia. Vazio também é o que me grita por dentro. A mulher que me encara no espelho, eu não a reconheço. Quem é ela? Por que me atormenta as ideias e imita meus movimentos, como se tentasse se passar por mim?

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Manual de instruções para a vida

Imagem: aminelive
A gente aprende com a vida. Filmes e livros nos dão uma noção sobre como agir, o que fazer (ou não) e como as pessoas provavelmente vão reagir conosco. Então, a gente se controla, porque há um manual de instrução para a vida (e para os relacionamentos).

Nunca se jogue de cabeça, eles dizem. Comece devagar, vá colocando um pé após o outro, e entre de mansinho. Assim, aos pouquinhos, você não corre o risco de ser engolido por um tsunâmi de emoções, de ser arrastado para o fundo do relacionamento.

sábado, 9 de julho de 2016

Sobre sonhos e sonhares


Um dia, você sonha. Idealiza as etapas, os formatos, os caminhos. Mas ainda é só um sonho. Depois, a ideia cresce, fermenta como uma receita de bolo, macio e fofinho a espalhar um aroma de baunilha pela casa no fim de uma tarde friorenta. É quando você deseja que seu sonho deixe de ser apenas um sonho, quando levanta as mãos e os olhos aos céus, implorando a Deus que mande seus anjos para prepararem os caminhos que o conduzirão à realização.

Então, você espera. É como uma mãe gestando um filho: cada dia a mais é sempre um dia a menos nessa espera de tornar palpável o que ainda é volátil. Ansiedades crescem, florescem dentro do peito, em meio a espinhos que apertam o coração. Dúvidas surgem, sangrando a alma por dentro do corpo. E se...?

terça-feira, 5 de julho de 2016

Como definir o tamanho dos capítulos

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Para falarmos em capítulos, é necessário, antes, compreendermos as noções de cena e sequência.

As funções de uma cena, ou de uma sequência de cenas, são as mesmas dos diálogos. Basicamente, uma cena serve para:
a) demonstrar quem é o personagem, suas características, suas ações e reações baseadas nessas características;
b) apresentar a situação, ou seja, onde seu personagem se encontra, qual é seu drama, que obstáculos está encontrando naquele momento específico da história;
c) levar a história para frente, ou seja, evoluir a trama (considerando que toda história vai do ponto A ao ponto B – ou C, D...).

sábado, 2 de julho de 2016

Do fundo do baú


A gente paga pela língua.

Eu já disse por aqui mesmo que nunca fui muito adepta do tal do whatsapp. Nos dias em que o aplicativo foi bloqueado, eu nem percebi, tamanho meu vício nesse negocinho. Até que uma amiga dos tempos de escola, lá da oitava série da turma de 1993 teve a melhor ideia dos últimos 23 anos: criar um grupo com nossos amigos. Adiciona um daqui, outro dali e, enfim, estamos com quase quatro dezenas de pessoas no grupo. Foi aí que o bichinho do whatsapp me picou e eu fiquei doente.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Vídeo: Como escrever um livro - Como escolher o nome dos personagens

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Não é merchan, eu juro!

Hoje é quinta-feira, é dia de dar sequência à serie Como escrever um livro. Tenho recebido algumas perguntas e estou anotando tudo por aqui. Por coincidência - sim, coincidência, já que este vídeo estava gravado - rolou algumas questões sobre como escolher nomes de personagens do seu livro num dos grupos de escrita que eu participo. Entonces, sem mais delongas, tem um vídeo aí descrevendo o que eu faço na hora de escolher o nome dos meus personagens. 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Recursos estilísticos - para prosa e verso (parte 2)


Você já viu por aqui a primeira parte com alguns recursos de estilo para a produção dos seus textos, sejam eles romances, contos, crônicas, poemas, novelas ou quaisquer outros gêneros. Hoje vamos dar sequência a eles.

sábado, 25 de junho de 2016

Sartre e o trânsito


Você tem um carro. Percebe como os demais motoristas são egoístas: é quem mais pode se enfiar na frente do outro. Há os que molengam na sua frente e descem o pé no acelerador quando percebem sua intenção de ultrapassar. Você já não aguenta mais aqueles que, ao sair de vagas de garagem, colocam o rabo do carro no meio da rua, quando não na pista contrária. Então, você cuida de si mesmo, e dos outros. Mas não pode se esquecer dos pedestres, seres indefesos e insanos, que levantam a mão na calçada e não esperam que você tenha tempo de parar, se jogando na faixa de pedestres. Você freia, canta pneus e, olhando pelo retrovisor, reza para que o carro de trás não lhe acerte em cheio.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Vídeo: Como escrever um livro - 11 tipos de narrador

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Como prometido, hoje é quinta-feira e, às dez horas, saiu vídeo no meu canal do Youtube da série Como escrever um livro. O tema escolhido para hoje é tipos de narradores, incluindo foco narrativo.

Por mais que o título seja 11 tipos de narrador, sei que são 3 focos narrativos e 8 tipos de narrador - que, inclusive, não são exatamente os mesmos do post Como escolher o narrador da sua história. Normalmente, os posts do blog são mais complexos, servem mais como fonte de estudo; já os vídeos do youtube, pretendo que sejam mais práticos e sucintos.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

O tal do ponto-e-vírgula


Dando sequência às dicas de como melhorar a escrita (a parte de Língua Portuguesa, mesmo, com suas regrinhas tão famigeradas), hoje vou falar sobre ponto-e-vírgula.

Para que serve este sinal que é mais que uma vírgula e menos que um ponto?

terça-feira, 21 de junho de 2016

Vlog: Olho por olho, beijo por canudo

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Aproveitando que é mês dos namorados, que amanhã eu completo 16 anos de namoro, vamos falar de amor. Já namorou à distância? Digo, já teve um relacionamento com alguém que morasse em outra cidade, estado, país? Quer saber como é?

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Recursos estilísticos – para prosa ou verso (parte 1)


Quando produzimos um texto literário, há duas coisas a serem consideradas: o que você quer dizer e como você vai fazer isso. Quanto ao conteúdo, ao assunto, você pode encontrar inspiração em três situações distintas: na experiência, na observação e na investigação. Já quanto à forma de escrever, você pode lançar das figuras de linguagem.

domingo, 19 de junho de 2016

Essa tal de empatia


Vivemos a era das selfies: 90% dos brasileiros tiram fotos de si mesmos, e são essas as fotos mais curtidas. É um mundo de egolatria.

Essa busca por aceitação social nas redes pode tornar-se compulsiva. É uma disputa invisível entre quem tem mais likes, mais compartilhamentos, mais fama – mesmo que vazia e momentânea. Esses dias, conversando com um aluno, mostrei a ele uma foto no celular e fiz um comentário totalmente inocente: “viu quantos likes?” Ele nem pestanejou: “Pois é. E nem está pelada.”

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Vídeo: Como escrever um livro - Construção de personagem

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Eu não sei se você sabe, mas eu tenho um canal no youtube. Ele já tem um tempinho, é um canal pessoal e não se refere apenas à escrita (aliás, não há, ainda, quase nada referente à escrita por lá). O caso é que tem milhares de algumas pessoas implorando pedindo a volta do canal - e eu, como já estava mesmo me coçando para tomar uma iniciativa, resolvi gravar algumas cositas.

Pois bem, o primeiro vídeo dessa nova temporada inaugura a série Como escrever um livro. Nela, eu vou abordar algumas das facetas da construção de um romance, partindo dos elementos fundamentais até os elementos acessórios. O primeiro vídeo é sobre Construção de personagem.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Como melhorar a escrita dos diálogos - Vírgulas

uso da virgula vocativo dicas para escritores

Pensando em alguns errinhos que as pessoas cometem na construção de suas frases, vou fazer uma séries de posts com dicas práticas para melhorar a escrita dos diálogos das suas histórias.

1. Vírgulas e vocativos


Vocativo é o chamamento de alguém. Sabe, naquela frase, quando um personagem chama o outro pelo nome, por um apelido, ou algo que os substitua? Esse é o vocativo.
O vocativo pode vir no início, no meio ou no fim da frase.

terça-feira, 14 de junho de 2016

A rotina mata o amor

cronica escritora joinville

A rotina mata o amor. A frase lhe martelava a mente. Não sabia se concordava com ela. As experiências sensoriais do início do namoro haviam se perdido em 16 anos juntos. A vida toma um rumo que não corresponde exatamente aos nossos sonhos e, quando menos percebemos, estamos vivendo uma vida igual à que viviam nossos pais – aquela que recusávamos. Mas o roteiro vem pronto e, de repente, estamos atolados num sitcom americano, com contas para pagar, mercado nos fins de semana, casa para limpar, roupa para lavar. O tempo fica curto e o desejo de explorar a vida com todas as células vai sendo guardado num baú escondido da alma, com chaves e ferrolhos.

Pensava em sua vida: o amor estava lá, tinha certeza. Talvez um velhinho encarangado, precisando de muleta e óculos grossos, mas vivo ainda. Quando é que se pode dizer que o amor foi morto? Pensou no marido, sentado no sofá, no fim do dia, com cara de quem queria se desligar do mundo de fora e se meter pelos fios que lhe emaranhavam os pensamentos de dentro. Pensou nas festas, cada vez mais raras, quando ela ainda podia usar saltos e maquiagem. Poucas, mas existiam. Precisava se agarrar a qualquer resquício de sonho encantado que pudesse lhe faiscar.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Como escolher o narrador da sua história

foco narrativo tipos de narrador dicas para escritor

Levando em conta os cinco elementos essenciais da narrativa, o narrador é um dos itens que merece destaque e atenção por parte do escritor. Escolher corretamente o narrador pode alavancar uma ótima história – ou acabar rebaixando algo que poderia ser grandioso.
Sei que você aprendeu na escola que narrador pode ser em primeira, segunda ou terceirapessoa, mas, na prática, a coisa é um pouco mais complexa que isso. É preciso considerar quem narra, para quem narra, qual a afinidade e o envolvimento do narrador com a história, quais as facetas que ele conhece do que está contando, entre outros fatores.

Segundo a tipologia de Norman Friedman, os narradores podem ser:

sábado, 11 de junho de 2016

Tempero de amor

cronica escritora joinville dia dos namorados

Desde muito cedo, aprendi com minha mãe que, quando ela me oferecia comida, era mais que uma maneira de manter minha subsistência. Em minha casa, comida sempre foi sinônimo de amor. Está doente, que tal uma sopinha? Olha, te trouxe um chocolate. Se comer toda a salada, pode repetir a sobremesa. Dinheiro era pouco, a família não era das menores, então oferecer comida, feita com as próprias mãos e temperada com carinho e esmero, era uma forma digna, rápida e eficaz de ofertar amor.

Meu gato, Tom, aprendeu rapidinho a lição. Desde que ele foi adotado, todas as vezes que pego o patê, pergunto a ele “Quem é o gato que me ama?” E ele mia, em resposta, Miaaaaaau, como uma criança a responder Eeeeeeeuuu. Ele aprendeu comigo, que aprendi com minha mãe (que provavelmente aprendeu com minha avó) que comida é igual a amor. Um amor delicioso, a pequenas colheradas ou grandes goles, um amor que alimenta e nutre, de dentro para fora.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Nublada

cronica depressao suicidio separacao

O dia não tinha amanhecido. Era como se estivesse imitando-lhe o comportamento da alma, que há dias não conseguia amanhecer. Pelo caminho, o céu branco estava baixo, como se as nuvens tentassem tocar o chão. Sem qualquer poesia – não há beleza num teto prestes a despencar. O ar úmido e alvo lhe enchia os pulmões, sufocando.

Um dia cinzento, diria uma pessoa comum. Não ela. Dias nublados, com cerração baixa, nunca são cinza. São da cor da depressão. E se a depressão é branca como uma camisa de força alvejada com cloro puríssimo, então dias sem sol são exatamente dessa cor.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Sobre a maternidade

cronica parto maternidade dia das maes escritora joinvilense
Foto: Camila Mendes Fotografia
Desde que entendi como bebês chegam ao mundo (muito antes de saber como eles são fabricados) eu já sentia pavor de parto. Não queria nem ouvir falar: sem testemunhos sangrentos e doloridos, sem saber aonde vai a placenta depois que o bebê nasce, sem distinguir cesárea de parto normal.

Todas as tentativas de minhas professoras de Ciências de passar vídeos reais de partos foram frustradas. Comigo, pelo menos. Com os outros alunos, não. Eles voltavam para a sala cheios de comentários, com os olhos brilhando como alguém que vê a magia acontecer.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Como NÃO escrever diálogos

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Como você já viu aqui, é através dos diálogos que seu personagem ganha vida. O personagem pode até representar uma ideia na cabeça do leitor, mas ele só está vivo quando ele abre a boca e fala. Assim, vamos relembrar – um bom diálogo (assim como uma boa cena) tem basicamente três funções: caracterizar o personagem, situar o personagem ou levar a história para frente. Tendo isso em mente, entenda que ainda assim, alguns diálogos funcionam melhor que outros.

Antes que eu seja massacrada confrontada, tenha em mente que: a) Essas são dicas, ou seja, são uma forma de fazer, não uma fórmula. Seu texto é seu, e só você pode dizer o que funciona para você ou não; b) Só pode quebrar regras quem as conhece. Então, enquanto escritor, estude, estude, estude - se achar que não serve para você, subverta, descarte, aprimore; c) Mais dicas são bem-vindas. É para isso que servem o espaço de comentários lá embaixo.

domingo, 5 de junho de 2016

Eles são criados para o mundo

cronica filhos personagens dicas para escritor escritora joinvilense
Foto: Niki Boon
Tudo começa com um susto. É sempre assim. Há um serzinho novo sendo gerado, e a gente se pergunta, por um breve instante, como foi que isso aconteceu. Pergunta retórica, todo mundo sabe como essas coisas acontecem. Então, você aceita. Depois, desfruta. É necessário gestar, esperar a formação para que ele (ou ela) dê as caras ao mundo.

Quando ele nasce, é pequenino, não fala, não anda. Mas a gente já imagina um roteiro perfeito, com cenas bem definidas, objetivos claros e final feliz. Sempre final feliz. A vida seria um fardo pesado demais sem os finais felizes.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Resposta

cronica escritora joinville amor do passado

O clima mudara: um friozinho gostoso se espalhava pela casa. O céu límpido completava o clima perfeito para a ocasião. Dias perfeitos são sempre assim, pensava ela, com frio e sol. Uma combinação criada por Deus, para reacender a chama da esperança nas lamparinas da alma humana.

Perfeita era a atmosfera para retirar das coisas adormecidas a poeira acumulada pelos anos. Abriu uma caixa, remexeu livros amarelados, cujas páginas já não se recordavam mais se eram uma ou várias. Em outra caixa, cartas antigas, de uma época que não havia tecnologia para aproximar mensagens e afastar pessoas. As cartas vinham de longe, mas os corações dos remetentes batiam lado a lado. Na terceira caixa, foi onde se demorou mais.

Escondidas em manuscritos rebuscados, as letras traziam versos escritos à sombra. Nunca conheceram o vento, que os poderia ter levado a longas distâncias. Curiosos, os olhos vasculhavam em busca de preciosidades deixadas para trás, abandonadas e escondidas por alguém que não era mais ela.