quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Guerra civil e a representatividade

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Hoje tem um post um pouco diferente aqui no blog. Na verdade, vou começar a fazer algumas resenhas, não só aqui, mas também no meu canal no YouTube. Mas essa não é uma resenha comum, até porque não teria sentido em fazer uma resenha sobre Capitão América: Guerra Civil agora em setembro, se o filme já foi lançando em abril, certo? O que eu quero abordar hoje é apenas um dos aspectos do filme que muito me chamou a atenção: a questão da representatividade.


Talvez você não tenha se dado conta disso, e não é culpa sua. O cinema (e a tv, e a literatura) passou muitos anos dando especial atenção apenas a personagens que seguem um determinado padrão de herói. Você saberia me dizer quais são as características desse herói "clássico"? Pois bem, ele é homem, branco, forte e cheio de virtudes, com nenhum defeito (tipo o Capitão América - não por acaso - ou o Superman). Mas, de uns anos pra cá, há um movimento forte que luta pela representatividade nas artes, que espera que as histórias consigam romper com esse padrão que foi ditado ano após ano. Assim, esperamos heróis negros, heroínas mulheres (fortes como uma heroína, e não delicada como uma princesinha), super heróis com imperfeições e defeitos como todo mundo.

#teamcapitãoamérica (apesar de eu achar que o Bucky não é exatamente um herói)

Pois bem, Capitão América: Guerra Civil divide nossos super heróis em dois grupos, como já sabemos - houve, inclusive, uma batalha exaustiva nas redes sociais mesmo antes do filme ser lançado, que dividia os fãs em #teamcapitãoamérica e #teamstark. Eu, atrasada como ando pela vida, só assisti ao filme ontem, em pleno feriado, no conforto da minha casa e com direito a projeção no telão na sala (porque sou dessas: não tenho tv em casa, mas tenho um projetor). E muito me chamou a atenção a cena de batalha entre os dois times. Vejamos:

* Ambos os times contavam com um herói negro e uma heroína mulher. Ponto para os roteiristas. É importante que os negros se sintam representados, o mesmo vale para as mulheres. Colocar personagens fortes de etnias diferentes e de gêneros diferentes cria identificação com quem pertence ao grupo em questão (no caso, os negros e as mulheres).

* Os "vilões" do filme eram de etnias diferentes (não acho que eles eram vilões exatamente, acho que estavam mais para anti-heróis). Bucky era branco; Pantera Negra era negro. Ou seja, há vilões em todas as etnias (ou, pelo menos, nas etnias representadas no filme). Há alguns filmes que, para cumprir uma "exigência" de utilizar personagens negros, os colocam justamente na posição de vilões: em vez de ajudar na questão da representatividade, acaba atrapalhando.

#teamstark (Se o Bucky entrou no #teamcapitãoamérica, o Pantera Negra deveria estar aqui também)

Contudo, há uma questão que me incomodou muito na forma como essa representatividade foi feita. Veja:

* Há uma mulher em cada time, e um negro em cada time. Além disso, os times adversários tinham o mesmo número de lutadores. Gente, o mundo não é tão "certinho" assim. É importante representar aqueles que eram esquecidos, mas, feito dessa forma, me dá a impressão de que foi feito apenas para cumprir o politicamente correto. Ou será que essa impressão foi apenas minha?

P.s.: Não sei se é porque eu estou visitando escolas com uma palestra sobre a mídia e o corpo feminino e acabo batendo na tecla da obesidade (que, aliás, é a causa número 1 de bullying), mas fico me perguntando: cadê os gordos para serem representados? Pergunto, representados de verdade, não como personagens engraçados que trazem alívio cômico a cenas duras, que são apenas coadjuvantes, sempre ajudando os mocinhos e os heróis? 

Enfim, o que você acha da representatividade nos filmes, nos livros e na tv? Concorda com minhas considerações? Discorda? Vamos trocar uma ideia.

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