domingo, 20 de dezembro de 2015

O dia em que o whats parou

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A histeria começou na quinta-feira à noite. Recebi, de mais de um contato diferente, a informação – importantíssima e urgente – de que o whatsapp ficaria fora do ar por quarenta e oito horas. “Um absurdo”, bradavam alguns. O motivo? Ninguém sabia me dizer. Mas pouco importava. O que importava mesmo é que as pessoas teriam que ficar dois dias inteiros sem poderem se conectar com essa tão importante ferramenta da modernidade.


Lembrei-me de quando eu mesma instalei o aplicativo no meu aparelhinho: todo mundo que eu conhecia – inclusive pai, mãe, irmãos, tios, amigos – já faziam uso do zap-zap, e eu estava atrasada e resistente. Instalei o dito cujo. Houve quem dissesse que eu podia contar: não daria mais que uma semana para eu já estar viciada.

O caso é que não viciei. Mas é que eu sou um alienígena em meio a tantos terráqueos: sou do tipo que não tem televisor em casa, do tipo que não cai nas graças do whatsapp (ou foi ele que não caiu nas minhas?). Pensa comigo. Se eu quero compartilhar vídeos engraçados, mensagens fofas, fotos, eu já tenho outras redes sociais à minha disposição. Nudes, a grande onda do momento, não são a minha praia. Ou seja, eu sou a única pessoa que eu conheço que usa o aplicativo para o fim a que ele realmente se destina: comunicar coisas importantes na hora em que eu preciso, de um modo rápido e eficiente.

Você pode pensar, caro leitor, que eu sou uma tecnófoba. Mas não. Diferente de alguns amigos na faixa dos 30 e tantos anos, estou conectada de todas as formas possíveis. Tenho quase todas as redes sociais, há anos mantenho sempre um blog ativo e ainda possuo um canal no youtube. Estou mais para tecnófila. Convivo perfeitamente bem sem televisão em casa, mas tenho três tipos de chilique se me cortarem a internet.

Nessas doze horas em que o whats ficou fora do ar, muitas pessoas precisaram achar alternativas para passar o tempo. Houve quem encontrou a internet, as outras redes sociais. Algumas pessoas, iluminadas, redescobriram uma antiga invenção: o livro! Houve, ainda, que conseguiu aumentar, mesmo que por pouco tempo, sua produtividade no trabalho. Mas, graças a Deus, o whatsapp já foi liberado e todo mundo pode respirar em paz novamente.

(Andreia Evaristo)

Crônica publicada no Anexo, do Jornal A Notícia, em 19 de dezembro de 2015.

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