* Para Roberta de Azevedo
Quem é você, garota sem nome, que se senta no chão do quarto, com os pés descalços e a alma desnuda, sonhando acordada? Quem é você, com tantas dúvidas e quase nenhuma certeza? Para de observar o mundo pela tela do celular e vem sentir a brisa no rosto, o cheiro da terra que a chuva molha. Vem para fora, conhecer a vida sem resolução HD.
Põe os pés no chão. Esconde as dúvidas na gaveta de calcinhas, e saia em busca das certezas. Se você as encontrará? Não faço ideia! Mas o brilhante da vida está na procura, na caça ao tesouro, nas pegadas que deixamos pelo caminho.
Você é doce, garota, eu sei. Você adentra em mundos de faz-de-conta através das linhas no papel, e se envolve de tal maneira que tudo lhe parece tão real, tão ao alcance das mãos. Os dramas dos personagens são os seus dramas. E você ri, e sofre, e chora, e se apaixona por pessoas que só são reais dentro da sua cabeça. O que você não sabe, garota, é que você é quem cria essa realidade. Se não existisse um mundo de sentimentos e sensações morando dentro do seu peito, nada disso teria o mesmo sabor, nada teria a mesma graça.
A vida é uma jornada. Você precisa se permitir aceitar o chamado à aventura. Vai passar pelo momento de negação, vai fraquejar, querer desistir, mas há uma hora em que todos nós percebemos que o primeiro passo é necessário. Não há como viver uma grande aventura se você não ousar se arriscar. Você vai tomar decisões, vai acertar em algumas, errar em outras. O importante é que nunca se esqueça de tentar. O medo não pode ser uma algema.
Hoje, ao deitar a cabeça no travesseiro, quando estiver imaginando as cenas do livro que sua vida deveria escrever – porque eu sei que você cria mil possibilidades para que os seus sonhos se realizem, mesmo que só por um instante, mesmo que breve e frágil como uma bolha de sabão – pense em você, no quanto é especial. Eu vejo luzes em você, que brilham sua singularidade pelo mundo. Você, ser único, sem forma nem molde, sem receita que se possa copiar: você merece o mundo. Nunca se esqueça disso.
(Andreia Evaristo)
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