Desde que me deparei a primeira vez com a magia que podia vir das letras, fui enfeitiçada. Não podia ver qualquer conteúdo escrito: com uma fome que só meus olhos tinham, devorava cada sílaba que os sinais gráficos eram capazes de produzir. Das placas de rua, quando procurávamos uma casa em Joinville, para as revistas em quadrinhos foi um passo bem pequeno. Dos quadrinhos para os livros, menor ainda. As letras me encantavam como o canto da sereia sempre encantou marujos e marinheiros, ávidos por amor e sedentos por companhia.
Assim, em meus muitos anos de leitora, conheci pessoas incríveis, com suas histórias ricas em detalhes e cheias de sentimentos. Algumas, alegres e divertidas, daquelas que fazem rir até a mais carrancuda das pessoas. Outras, tristes como a despedida final, daquelas que arrancam lágrimas até mesmo de olhos cansados da jornada. Cada uma com sua espetacular beleza, única, especial.